“Os santos e santas estão, afinal, tão perto.” – por Padre Paulo Duarte, Partilhas: entre poesia, histórias, quotidiano… a vida.

Na adolescência não fui muito de ter posters de ídolos musicais ou de representação no quarto. Mas tinha fotografias da família, de amigos, de festas e viagens de estudo. Olho-as e trago à memória o vivido e cada pessoa. Detenho-me aqui, no “cada pessoa”. Não serão propriamente santos canonizados. Imagino que até teriam alguma dificuldade em se verem como santos se lhes dissesse que estariam agora a ser trazidos como exemplos para este texto. A santidade é posta ainda de forma tão longínqua, tão etérea, tão inacessível.

Padre Paulo Duarte, SJ – Partilhas: entre poesia, histórias, quotidiano… a vida.

Crescemos e aprendemos a partir da imitação. Vamos ganhando pessoas de referência, que nos marcam a passagem da infantilidade para criança, depois adolescência até chegar à idade adulta. Desde pessoas mais próximas, com quem partilhamos proximidade, até àquelas que desde longe na relação, todas nos desafiam com o testemunho de vida, de paz e de amor. Aí, nesse testemunho, reside santidade. Ao jeito de luz que espalha e nos convida a receber.

Os santos e santas canonizados são quem a Igreja reconhece como modelos de caminho e vida transformados pela misericórdia de Deus. As suas vidas já em passos terrenos foram marcadas por gestos que transmitiam a divindade na delicadeza do amor pelo próximo. Celebramos as suas vidas, como intercessores da graça divina. Eles não são Deus, nem os imagino a quererem ser adorados, mas imagino a sua felicidade quando lhes recorremos para serem intermediários das nossas preces de amor. Estando em Deus, querem que estejamos também nós n’Ele.

Daí a beleza das imagens que vamos vendo dos santos, ao jeito de fotografias que nos avivam a memória de histórias e a importância dessas pessoas no nosso caminho. Sejam os canonizados, sejam os santos e santas do nosso quotidiano, todos nos desafiam a tornar a santidade palpável, desde a experiência do amor, em gestos de misericórdia e cuidado, a dar uns aos outros. Como nos recorda o Papa Francisco, na Exortação Apostólica “Alegrai-vos e Exultai”, sobre a santidade no mundo atual, “gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade “ao pé da porta”, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus.”

A santidade está presente em nomes e rostos, conhecidos e desconhecidos, de feitos extraordinários e quotidianos. A santidade reveste-se de sonhos para que todos tenham vida. Cada um de nós é chamado a fazer a parte que lhe corresponde, com gestos e palavras de autenticidade, em profundo respeito por si mesmo e pelo outro. Não se trata de ser mais ou menos puro diante de Deus, mas cada vez mais de coração de carne, onde todas as petrificações foram e são transformadas em Igreja de nomes e rostos amados e amantes. E a vida plena acontece e espalha-se, com luz, muita luz, também na santidade presente em cada pessoa que se deixa amar.

Padre Paulo Duarte, SJ,
Partilhas: entre poesia, histórias, quotidiano… a vida.


Que a gente se entregue de olhos fechados e coração aberto à vontade de viver, pois não há nada mais bonito do que uma alma completamente nua. Sejamos cegos de amor, com vontade do agora e de novas aventuras, pois assim a nossa alma será um novo mundo, maior que todos os sentimentos do mundo. Assim, a nossa alma será cura, felicidade e paz, para nós e para os outros.

Que a gente se entregue e sejamos assim ao natural.

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