A relação mais espiritual e generativa de todas – por Rita Aleluia

“Acredito mesmo que a relação pais – filhos é (ou pode ser, assim permitamos) a mais espiritual e generativa de todas as relações humanas!

Porque é aquela que acorda o nosso ego com uma intensidade maior que a própria! Os nossos filhos nascem de nós, mas não são nossos. Só que a nossa criança interior, que tantas vezes ainda não foi vista e reconhecida, sente que, pela primeira vez na vida, vai “ter controlo” sobre outra pessoa. Só que não!! E enquanto não acolhermos, integrarmos e transcendermos as feridas emocionais da nossa infância, os nossos filhos, vão continuar a apontar (com uma sapiência incrível) onde é que ainda podemos crescer, e nós vamos continuar a dizer que eles nos desafiam!
E é nesta relação que temos a grande oportunidade de investigar que amor é este que nos habita. É provável que tropecemos numa métrica deste género:
- Como é que o meu filho me faz sentir?
- Se ele me faz sentir bem, realizada, competente, fico enamorada;
- Quando não encaixa no que é esperado, não me obedece, não preenche as minhas necessidades, tenho que o controlar…
E é por isso que é urgente trazer consciência às famílias. De onde emerge o nosso amor, de um lugar de abundância ou de escassez? Os nossos filhos são, tal como nós, seres espirituais, únicos, com uma identidade própria, emoções, sentimentos, desejos, opiniões e necessidades, que têm que ser vistas, escutadas e respeitadas. É por isso que a Parentalidade Generativa é sobre Direitos Humanos. Porque é sobre cada criança e adulto, poder ser e manifestar quem é, na sua essência (em permanente evolução), em congruência e autenticidade. Só assim o mundo avança!
“As pessoas são um milagre e dignas de amor. Cada ser é uma manifestação da sua força vital e foi-lhe dado o dom do espírito interno. ” Virgínia Satir
Como despertamos?
- Agora, adultos, não somos responsáveis pelo que nos aconteceu na infância, mas assumimos responsabilidade pessoal pelas nossas emoções, sentimentos, desejos, necessidades, opiniões…
- Somos os pais que as crianças precisam a cada momento;
- Aceitamos os nossos filhos por quem eles são e não por quem um dia sonhamos ou esperamos que fossem;
- Os nossos filhos não chegam para satisfazer as nossas necessidades emocionais, para serem ‘mini-me’;
- Investigamos as suas emoções e necessidades com curiosidade, generosidade e sem julgamentos;
- Permitimos que se expressem;
- Guiamo-los, sem impor o nosso mapa de crenças [70% delas retiram-lhes poder pessoal];
- Temos dentro de nós os recursos que precisamos, só temos mesmo que virar os holofotes lá para dentro!
- Sabemos que fazemos o melhor que podemos e sabemos a cada momento.

A nossa capacidade de amar incondicionalmente os nossos filhos, emerge da nossa capacidade de o fazemos primeiro connosco. Enquanto amarmos desde um lugar de necessidade, o amor pelo outro é mesmo sobre dependência e controlo. É um amor condicional. “Os vossos filhos não são os vossos filhos: são os filhos e as filhas do chamamento da própria Vida. Vêm através de vós, mas não de vós; e apesar de estarem convosco, não vos pertencem. Podeis dar-lhes o vosso amor; mas não os vossos pensamentos: porque eIes têm pensamentos próprios. Podeis acolher os seus corpos; mas não as suas almas: porque as suas almas habitam a casa do amanhã que não podeis visitar, nem sequer em sonhos (…).” Khalil Gibran, em ‘O Grande Livro do Amor’
Este é um caminho desafiante, que pede coragem, paciência, confiança, resiliência e flexibilidade e que é absolutamente libertador. Só podemos educar uma criança, depois de nos termos (re)educado. E nesta equação, a presença tem um papel fundamental. Saibamos viver presentes em nós, lembrando-nos que a distância entre nós e o outro é apenas a distância entre nós e nós mesmos.
Tenho a certeza de que somos capazes! Estamos juntos nesta caminhada.
Com compaixão e esperança,
Rita Aleluia.”
Mais do que mulher, mãe, autora, pnl master trainer, conferencista internacional, uma expert do tema “Awakening People” ou ex-jornalista do canal SIC, para nós, a Rita é a amiga que nos tem ajudado à consciência de assuntos como: negócio de família.
A arte afetiva da Treze nasceu da necessidade urgente de extravasar sentimentos, contar histórias e compartilhar vivências. Foi pensada para dar significado aos momentos vividos tão singulares e plurais quanto a nossa própria essência, colorir em peças tudo aquilo que nem sempre podemos tocar. Fazer do “sentir” um “sentir para sempre”.
As empresas familiares representam uma parte significativa da economia portuguesa (70%), mas também são alvo de muitos conflitos. Contudo, tal e qual a Rita, acreditamos mesmo “que a relação pais – filhos é (ou pode ser, assim permitamos) a mais espiritual e generativa de todas as relações humanas!” e a nossa experiência mostra que é possível, sim, ter sucesso com a mistura família e negócios.
“– Como despertamos?“ – pergunta-nos a Rita.
– Respeitar a fundação e criar a transição, neste caso, é a resposta que escolhemos dar.

O cenário empresarial mudou e está cada vez mais dinâmico. Com isso, é importante que as empresas se mantenham atentas e acompanhem essas mudanças, mas às vezes, em negócios familiares, esse processo é um pouco mais complexo, pois envolve fatores emocionais e afetivos.
A marca Treze foi fundada em 2015, no entanto a sua ascendência vem desde 1982, por meio de um dos membros da equipa, o pai Armando, aquando a criação da empresa mãe desta marca. Saber respeitar o legado e preservar a cultura da empresa é o que permite a adoção de modernidades nesta casa, que Sofia, a filha-fundadora e outro membro da assinatura Treze, e nascida na geração Xennial – a geração que adota as tecnologias que considera funcionais, mas sem abrir mão dos velhos hábitos do mundo analógico – acha que é coisa que parece ser fundamental.
Fazer questão que toda a arte da marca sejam peças de manufatura, onde cores, valores e emoções são fundidos um a um, é onde acreditamos viver presentes em nós, lembrando-nos que “a distância entre nós e o outro é apenas a distância entre nós e nós mesmos”. Também com o conhecimento de técnicas artesanais – onde instantes se tornam tangíveis, fazendo do colorido fragmentos de um processo que acima de tudo celebram o #handmade e o #madeinportugal, e que em muito se parecem com a nossa história e o nosso caminho: como uma marca única, como cada um de nós – é onde confiamos residir a resposta certa do desafio que nos é colocado todos os dias no nosso negócio familiar: acima de qualquer lucro, problema ou estratégia, a felicidade deve surgir como a última linha de resultado.
Ao mesmo tempo que parece ser simples, para nós, trata-se de um comportamento que exige um exercício diário e que exige a (re)educação, já que algumas decisões precisam ser mais discutidas e adiadas para não prejudicar o almoço de domingo.

Com o tempo, enquanto família, passamos a ser mais criativos, aprendemos a superar as diferenças para ter sucesso nas decisões do nosso negócio sem abrir mão do bom convívio, e assim vamos celebrando a relação mais espiritual e generativa de todas.
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